Sábado, dia 25 de junho de
2016, forró, alegria, shows, diversão, quadra lotada. Mas para Henrique
Oliveira e Ronivon Cunha a festa não foi feliz e animada, os festejos juninos
na cidade não deixaram boas saudades, pois na penúltima noite do São João ambos
foram agredidos de forma brutal por um Policial Militar que estava de serviço
no dia em uma guarnição que fazia a segurança dos festejos em Riachão do
Jacuípe.
Tudo começou com uma simples
vontade de urinar, ao chegar aos sanitários químicos que serviam aos foliões, próximo
ao palco fixo, Rony e Henrique perceberam que estavam todos ocupados, viu que
alguns homens seguiam para uma rua próxima, fazendo o mesmo, ambos foram para
este local onde começaram a urinar como cerca de mais de vinte homens faziam.
Foi quando sem menos esperar
começaram a ser agredidos por um Policial Militar que fazia ronda no local, e
sem alegar nenhum motivo passou a bater no casal com cassetete e também dando puxões
e murros. Mesmo pedindo por clemencia Rony apanhou e tomou diversos golpes pelo
corpo junto com Henrique. O que causa estranheza no fato é que outros homens também
urinavam no local e não foram abordados pelo PM.
Rony e Henrique seguiram
para o Colégio Nossa Senhora da Conceição onde funcionava um ponto de apoio do
Hospital Municipal, PM e Polícia Civil, lá ambos passaram por atendimento
médico e em seguida foram para casa. Na segunda-feira (27) Rony e seu
companheiro Henrique foram até a Delegacia de Polícia de Riachão onde registraram
queixa e fizeram o exame de corpo delito.
Depois os dois procuraram a
CIA independente da Polícia Militar onde o Major Teixeira, Comandante da CIA, e
a Subcomandante Capitã Aparecida receberam os dois a acolheram as queixas,
segundo a Capitã uma portaria foi instaurada e foi publicado um boletim interno
que está sendo lido diariamente perante a tropa que assume o serviço. A Capitã ainda
salientou que fatos como este não são tolerados pela corporação e que todas a
providencias serão tomadas na apuração de tudo e punição dos culpados.
O GGB (Grupo Gay da Bahia)
já manteve contato com o casal e externou todo apoio aos dois, segundo Marcelo
Cerqueira Presidente da entidade, este não é um fato isolado, muitos
homossexuais sofrem agressões por parte de autoridades policiais e todas as
vitimas devem sempre recorrer á justiça para que tenham seus direitos
resguardados.
Para a Ativista LGBT e
artista transformista Dion Santyago fatos deste tipo são lamentáveis, ela e pré-candidata
a vereadora em Salvador, e lembra que uma de suas bandeiras será o combate a
homofobia e crimes contra LGBTS. No Brasil homofobia não é crime, mas alguns políticos,
principalmente os ligados a este meio, como o Deputado Jean Willys, já se
movimentam para mudar este cenário e criar uma lei especifica para os crimes
cometidos às minorias LGBTS.
O casal homo afetivo jacuipense
tenta voltar à rotina aos poucos, ambos receberam muito apoio nas redes sociais
onde foi divulgado o acontecido, agora eles só esperam que tudo seja apurado e
a justiça seja feita. Urinar em via pública é proibido por lei, mas não é
motivo de dois homossexuais serem brutalmente agredidos, sendo que outros homens
também faziam o mesmo delito no local.
VEJA O VÍDEO:
REPORTAGEM DE ALANA ADRIELLE.