Erenildes Araújo, conhecida como
Mulher-Ketchup, moradora de Pindobaçu, se tornou famosa em todo o país após o
requentamento da noticia sobre uma farsa que ela programou no ano passado.
Agora ela pretende ser candidata a vereadora na
cidade encravada entre os municípios de Senhor do Bonfim e Jacobina.
Se o povo elegeu Tiririca para o Congresso Nacional, Agnaldo Timóteo para a Assembleia Legislativa de São Paulo e Clodovil para o Senado Federal, por que a Mulher-Ketchup não pode pleitear a sua vaguinha entre os políticos de Pindobaçu, a 377 quilômetros de Salvador. Entre os moradores da cidade, o nome de Erenildes Araújo já é cogitado (em princípio como mais uma gozação) para representá-los na Câmara de Vereadores. A mulher que forjou a própria morte para receber parte da recompensa do seu algoz ganhou fama e até enxerga a possibilidade de virar política.
“O pessoal tá falando por aí, mas isso é algo para
se pensar depois”. O radialista Walterley Kuhin, primeiro a divulgar a
farsa, confirma o desejo do povo. “O pessoal aqui tem uma grande rejeição
com a Câmara. Por que não colocar ketchup na casa?”.
A Mulher-Ketchup, também chamada de Lupita, faz
tanto sucesso que tem evitado sair às ruas.Basta botar os pés fora de casa,
conta ela, e a gritaria começa. “Tô com receio do pessoal me rasgar toda”. Se
Erenildes chegou a reclamar do novo apelido, com a repercussão crescente ela
começa a se acostumar com a condimentada alcunha. Até porque, o que antes era
depreciativo agora virou elogio.
“Depois que saí na televisão e no jornal todo mundo
grita na rua que é meu fã”. A Mulher-Ketchup já conquistou até as
crianças. “O ônibus escolar parou por minha causa. Aquela meninada toda
gritando das janelas e o motorista buzinando”.
O prefeito da cidade, Hélio Palmeira, disse que, se
for candidata, a Muher-Ketchup tem chances de eleição. Não precisa perguntar ao
Ibope para saber que Lupita tá mesmo com moral com boa parte da cidade. “Eu
gosto dela porque ela fala o que pensa”, defende uma policial que preferiu não
revelar o nome.
ENTENDA COMO FOI O CASO:
O
caso aconteceu no dia 24/06/2010 quando a aposentada Maria Nilza Simões
contratou o ex-presidiário Carlos Roberto de Jesus para matar Eronildes, que
teria um caso amoroso com o marido dela. Maria
Nilza pagou R$ 1.000 pelo crime, segundo a polícia. O homem, ao perceber que
conhecia a vítima, desistiu do crime e combinou com ela a simulação, prometendo
dividir o dinheiro.
Eronildes
confessou que recebeu R$ 240 para posar como morta, amarrada, encharcada com
molho de ketchup e com um facão preso a um dos braços. Dias depois, a mandante
flagrou os dois, aos beijos, em uma feira da cidade. Irritada com a mentira,
ela denunciou Carlos Roberto à polícia como sendo o autor de um assalto do qual
ela teria sido vítima. Ao
ser detido, o homem revelou o caso à polícia. Conforme o delegado Marconi
Almino, como não houve flagrante, nenhum dos três envolvidos foi preso: a
mandante por ter encomendado o crime, o homem, por extorsão, e a vítima, por
coparticipação no caso. Eles respondem em liberdade.
Diferentemente
da “Mulher-Ketchup”, a mandante do crime está reclusa dentro de casa. Já Carlos
Roberto de Jesus está desaparecido. “Ninguém sabe dele. Sumiu desde que o caso
ganhou repercussão”, conta o radialista Walterley.
Da redação, com informações do Correio e interiordabahia.com.br.
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