Duas bandas da
Bahia que trabalham o estilo "arrochadeira", um novo gênero que mescla
os ritmos de arrocha e pagode, disputam o uso do termo "Luxúria" e a
autenticidade do repertório musical.
No domingo
(10), um empresário do Distrito Federal chegou a ser preso em Planaltina
suspeito de vender shows do grupo "Luxúria com Ostentação", que tem
sede no município de Vitória da Conquista, como se comercializasse as
apresentação da banda "Luxúria", que é original de Feira de Santana,
ambas cidades baianas. 500 Cd's com capas e músicas semelhantes aos da
banda "Luxúria", que estaria sendo plagiada, foram apreendidos pela
Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial de
Brasília (DCPIM).
O empresário
Simonaldo Lima, que foi solto ainda no domingo por meio do pagamento de
fiança, disse que foi vítima de uma "injustiça". Ele conta que foi
procurado pelo empresário da banda "Luxúria com Ostentação" para
produzir alguns shows do grupo em Brasília. Para facilitar a divulgação,
ele pediu para que um profissional gravasse mídias promocionais com as
músicas da banda, quando então foi incluído o repertório da outra.
"O rapaz gravou
o áudio da outra banda [Luxúria]. Quando vi que estava errado, eu
amarrei o material em um saco e não deixei que fosse divulgado. O
material ficou no meu carro e, por isso, vou ter que responder em
juízo". Além disso, Simonal explica que a casa de shows onde a banda se
apresentaria acabou anunciando a apresentação somente com o nome
Luxúria, sem o complemento "com ostentação".
"Jamais usei de
má fé para ludibriar as pessoas. Tenho como provar, por meio de
diversos materiais gráficos, como vendi o show com o nome 'Luxúria com
Ostenção'. Me interesso em provar o que todo mundo já sabe em Brasília,
que sou uma pessoa honesta. As casas de show me têm como uma pessoa
limpa. Achei muito tendencioso o delegado, que acreditou na denúncia e
não chegou a averiguar com as bandas [envolvidas no caso]", defendeu.
O empresário
Divaldo Oliveira, que é dona da empresa Di Oliveira, responsável pela
banda "Luxúria", afirmou que as suspeitas de plágio do grupo "Luxúria
com Ostentação" tornaram-se visíveis por meio dos anúncios de shows
observados na rede social Facebook. "Temos nove produtos e nossos
parceiros começaram a nos procurar. Passaram para a gente o que estava
acontecendo, já que conheciam a banda e viram plágio", afirmou.
Segundo
Oliveira, a grande preocupação da banda é com a sua imagem. "A gente não
sabe como eles agem se passando por nós", acusou. Conforme Oliveira, o
grupo "Luxúria" nasceu em 2012, em Feira de Santana, e faz cerca de 25
shows por mês. "Essa não é primeira vez que somos [empresa] vítimas de
plágio. Ocorreu o mesmo com a banda Gasparzinho", disse.
O empresário da
banda "Luxúria com Ostentação", Alexandre Silveira, dono da Uzina
Music, disse que o empresário da banda "Luxúria" está "jogando sujo".
"Assim como eles, pedimos ao INPI [Instituto Nacional da Propriedade
Industrial] a autorização [para o uso do nome]. A gente não está
plagiando. Só no Brasil têm seis bandas com o nome 'Luxúria'. Eles estão
agindo de má fé", rebateu.
Silveira afirma
que a banda "Luxúria com Ostentação" canta algumas músicas do grupo
"Lúxuria" nos shows, mas defendeu que isso é comum nas apresentações de
arrocha, sertanejo e forró.
Com informações do G1.
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