O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) acontece nos dias 05 e 12 de novembro e milhões de pessoas já se preparam para tentar uma vaga no tão sonhado e disputado ensino superior. De alguns anos para cá, o acesso às universidades se tornou mais acessível, e a prova disso é que, de acordo com dados de 2016 do Ministério da Educação (MEC), em 12 anos, o Brasil teve um aumento de 80% no número de pessoas que concluíram o ensino superior.
Atualmente, mais de 13 milhões de pessoas estão desempregadas, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em setembro deste ano. A crise econômica no país teve impactos diretos sob o mercado de trabalho, e o resultado é que, apesar da crescente expansão no número de diplomados, pessoas qualificadas se vêem diante de uma realidade frustrante ao terminarem a graduação.
Nos últimos anos, houve uma verdadeira mudança no pensamento e comportamento dos brasileiros. Cada vez mais cedo, jovens são instruídos a se preparem para cursar o ensino superior. Pessoas têm visto a graduação como uma forma de investimento no próprio futuro, já que, em tese, aqueles com ensino superior são mais bem preparados e melhor remunerados pelo mercado de trabalho.
Na prática, a realidade é outra. Helane Sena, 29 anos, é bacharel em turismo. A jovem concluiu o ensino superior em faculdade particular de Aracaju (SE), mas reside em Salvador há cerca de três anos, período que está sem emprego. “Tenho encarado o meu desemprego como uma situação complicada, porque acreditei que estando formada conseguiria entrar facilmente no mercado de trabalho, mas, vejo que mesmo com experiência fica cada vez mais difícil”, conta ela ao Aratu Online.
Além da formação na área, a turismóloga também possui certificado em outros cursos, como Telemarketing, Recepcionista e Secretariado, Excelência em Atendimento ao cliente, informática, publicidade e chegou a cursar inglês. Apesar do investimento, a busca pela qualificação não tem rendido os frutos esperados. Para contornar a crise, o que muitas empresas tem feito é a contratação de pessoas sem. nsino superior, oferecendo um salário mais baixo. “Na área de Turismo, muitas pessoas não graduadas acabam trabalhando no lugar de uma pessoa com mais qualificação e formada no curso. Isso é desanimador”, lamenta Helane.
Situação parecida enfrentou Ana Claudia Silva, 38 anos. Em 2010 ela se formou em Pedagogia, e em 2013 concluiu a Especialização em Psicopedagogia clínica e institucional. Mesmo com a boa preparação, está sem emprego há quase dois anos. “Estou desempregada desde março de 2015. No início de 2016 eu engravidei e aí parei de procurar emprego e distribuir currículo”, admite. Ana Claudia diz que ficou meses na busca por uma vaga, antes da gravidez. “Atualmente eu penso em voltar ao trabalho, mas, diante da dificuldade para conseguir um emprego, sei que talvez seja complicado me recolocar no mercado exercendo a função pela qual eu concluí o ensino superior”, exprime ela, que lamenta a falta de oportunidades. “Talvez eu seja obrigada a ingressar em algo que não tem muito a ver com a minha profissão”, completa.
COM INFORMAÇÕES DO SITE ARATU ONLINE.
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