segunda-feira, 20 de outubro de 2014

FAMILIA: Descubra como orientar o seu filho sobre as drogas e livra-los delas


NÃO USE DROGAS: "A primeira regra dos pais parece óbvia, mas constantemente me deparo no consultório médico com jovens que simplesmente ridicularizam os pedidos dos seus pais solicitando que pararem de utilizar drogas. E isso ocorre pelo simples fato de que os pais fazem uso, na maioria das vezes, de tabaco, álcool ou medicamentos como calmantes. Como pedir para um filho não usar drogas se o próprio pai ou mãe usa?", questiona o psiquiatra Gustavo Teixeira.

CONHEÇA O INIMIGO: O segundo passo para que um trabalho de prevenção ao uso de drogas seja eficaz, é a informação dos pais em relação ao problema das drogas. Como eles podem convencer um filho pré-adolescente de que as drogas fazem mal se eles nem sabem exatamente o que é aquela determinada substância? "Leia tudo o que puder sobre cada uma das drogas de abuso. Quando digo ler tudo o que puder, me refiro a uma leitura de textos científicos ou os escritos por profissionais qualificados que realmente conheçam o assunto", recomenda o psiquiatra.

SEJA AMIGO DO SEU FILHO: Sim, não deixe de ter uma boa relação de amizade com os seus filhos. Converse, brinque, pratique esportes, passeie com ele, discuta problemas e busque soluções sobre os mais diversos assuntos. "Pesquisas demonstram que um bom relacionamento entre pais e filhos é um importante fator de proteção em relação ao uso de drogas. Além disso, o envolvimento parental e conscientização sobre o problema é de extrema importância para a prevenção", conta.

CONVERSE SOBRE AS DROGAS: Explique aos seus filhos os efeitos da droga no organismo, as consequências negativas e os riscos. Esclareça dúvidas, discuta, argumente e busque resposta com eles. "É preciso um diálogo amplo e é necessário que os pais falem, sem preconceito ou hipocrisia, dos efeitos nocivos, além dos efeitos prazerosos que acabam levando as pessoas a usarem a droga. Se você adotar um discurso arrogante e simplista, seu filho não se sentirá sensibilizado", alerta o especialista.




OBSERVE SUA PRÓPRIA ATITUDE E COMPORTAMENTO: Essa regra se refere ao fato de que muitos pais e mães se esquecem de que é durante os primeiros anos de vida de seus filhos que conceitos éticos e morais são formados. Dessa forma, ressalta Gustavo Teixeira, é de grande importância que os pais observem seus próprios comportamentos e atitudes porque os valores de seus filhos estão sendo formados diante das observações e vivências que fazem do mundo em que estão inseridos, como sua casa e família.

PRATIQUE A RELIGIÃO OU ESPIRITUALIDADE: A religião ou espiritualidade é um importante fator de proteção ao uso e abuso de drogas. "Estudos apontam que crianças e adolescentes inseridos em lares onde há algum tipo de prática religiosa ou espiritual estão mais protegidos do envolvimento com drogas e, possivelmente, serão mais habilidosos socialmente para dizer "não" a essas substâncias", ressalta Gustavo Teixeira no livro "Manual antidrogas" (Editora BestSeller).

MONITORE AS AMIZADES: Em menos de 20% dos casos, a criança ou adolescente terá sua primeira experiência com drogas por meio do traficante. Isso significa que na maioria das vezes a experimentação de drogas ocorrerá por meio de amigos, colegas de escola, vizinhos ou irmãos e primos mais velhos. Portanto, conheça os amigos de seu filho, convide-os para almoçar em sua casa ou para um passeio, por exemplo. "Caso desconfie que um deles esteja envolvido com drogas, investigue. E se isso for confirmado, converse com os pais do jovem e oriente seu filho sobre o problema", adverte o médico. 

PRATIQUE ESPORTES COM SEU FILHO: A prática esportiva por si só é um grande fator protetor ao uso de drogas. Conceitos de disciplina, regras, respeito, hierarquia, companheirismo, organização, liderança, cooperação e trabalho em equipe são formados neste momento. Além disso, o esporte colabora com a melhoria da autoestima da criança e na formação de conceitos éticos e morais. "Praticando atividades físicas ao lado deles, seus laços afetivos vão se tornar mais fortes e isso vai favorecer os esforços para mantê-lo longe das drogas", afirma.




PAI E MÃE DEVEM FALAR A 'MESMA LÍNGUA': É importante que haja um acordo, entre o pai e a mãe, na maneira de agir e lidar com a questão das drogas quando o assunto principal é a saúde de seu filho. "O problema das drogas está mais presente em famílias com pais que não entram num consenso sobre a maneira correta de lidar com situações problemáticas do dia a dia. É de grande necessidade que ambos cooperem e concordem no melhor caminho de educar suas crianças", recomenda o psiquiatra.

FORTALEÇA A AUTOESTIMA DO SEU FILHO: A baixa autoestima, aponta Gustavo Teixeira, é uma das principais características de crianças e adolescentes que se envolvem nas drogas. Portanto, nunca diga coisas do tipo "você não faz nada certo" ou "você é pior que todo mundo na escola". Pelo contrário, orienta Gustavo, "ajude a criar uma boa autoestima em seu filho oferecendo um reforço positivo às suas atitudes com elogios, carinho e atenção".

ESTABELEÇA REGRAS E LIMITES: Estabeleça regras e limites"Lares nos quais as regras são claras e objetivas facilitam a convivência saudável entre pais, mães e filhos (as). Crianças necessitam de regras muito bem estabelecidas para estruturar suas vidas. Pais e mães devem conversar entre si e dialogar com seus filhos e filhas e estabelecer regras, limites e consequências de mau comportamento ou desobediência", completa Gustavo, autor ainda dos livros "Manual dos Transtornos Escolares" e "O Reizinho da casa".

O consumo de drogas ilícitas por adolescentes cresceu entre 2009 e 2012, sobretudo entre as meninas, segundo levantamento divulgado, em 2013, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), a proporção de adolescentes nas capitais que já experimentaram essas substâncias chegou a quase 10% em 2012. Percentual este que era de 8,7% em 2009, quando a primeira pesquisa deste tipo foi feita. O PeNSE entrevistou 109.104 alunos do 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas em todo o Brasil, sendo que 86% tinham de 13 a 15 anos. Em 2012, a pesquisa foi realizada no país inteiro, apontando que 7,3% de adolescentes já tinham tido alguma experiência no uso de entorpecentes.Diante desse cenário preocupante, muitos pais se sentem confusos, sem saberem ao certo como reagir e lidar com esse tipo de assunto. No entanto, conversar sobre as drogas abertamente, monitorar as amizades dos filhos e fortalecer a autoestima deles são dicas que podem ajudar a evitar que tantos jovens caiam nessa armadilha. "O consumo de drogas é um fenômeno mundial e deve ser encarado como um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Trata-se de um grande desafio aos pais, médicos, educadores e à sociedade de um modo geral", explica o psiquiatra especializado em Dependência Química e em Saúde Mental Infantil Gustavo Teixeira, auto do livro "Manual antidrogas – Guia preventivo pra pais e professora" (Editora BestSeller). A grande maioria das pesquisas, conta Gustavo, revela que a idade da primeira experimentação de álcool e tabaco costuma ser por volta dos 12 anos, enquanto o uso de maconha e cocaína encontra-se, principalmente, entre os 14 e 15 anos.

Outro dado é a constatação de que a experimentação de drogas ilícitas por esses adolescentes, excluindo o álcool e tabaco, é próxima dos 22%."Na média, praticamente um em cada quatro adolescentes brasileiros já experimentou algum tipo de droga ilícita ao longo da vida. Outra conclusão importante sugere que existe uma grande correlação entre consumo de drogas, faltas escolares, baixo rendimento acadêmico e abandono escolar", observa o psiquiatra. Ele orienta ainda que a primeira maneira de prevenir o uso e o abuso de entorpecentes pelos filhos é manter uma família estável, respeitadora, ética e sempre aberta ao diálogo franco e honesto. Outra consideração importante a ser feita é observar que uma grande parcela dos jovens inicia o consumo alcoólico dentro do próprio ambiente doméstico. Trata-se daquele filho que experimenta o primeiro copo de cerveja com o pai e, posteriormente, sairá para beber com o mesmo. Hoje sabemos que, quanto mais cedo isso acontece, maiores serão as chances de um envolvimento problemático com o álcool ou outras drogas.

DA REDAÇÃO. (Foto - Internet)

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