Nas últimas 48hs a cidade de Riachão do Jacuípe tem sido palco de uma situação no mínimo chata, para não dizer irresponsável. A mais de 10 anos a cidade conta com a AERJ (Associação dos Estudantes Universitários de Riachão do Jacuípe), que sempre teve apoio parcial ou quase que total por parte de gestões anteriores a atual.
O transporte para as faculdades sempre foi a situação mais necessária, de suma importância para os universitários, já que nossa cidade não conta com grandes polos de ensino superior. Uma das cidades com maior índices de aprovação em vestibulares em nossa região é Riachão do Jacuípe, sendo destaque em toda Bahia, a grande maioria desses estudantes moram no município mas estudam em Feira de Santana, Conceição do Coité e Serrinha.
Sendo assim, é extremamente necessário o transporte destes para as suas respectivas instituições de ensino superior. Enquanto ainda não tinham voltado às aulas presenciais, a situação estava sob controle, desde 2019, mas agora com o retorno gradativo das aulas, muitas delas já 100% presenciais com os devidos cuidados que pede as determinações dos órgãos de saúde, e obedecendo decretos, os estudantes de Riachão enfrentam uma barreira no caminho de seus estudos ainda maior que a pandemia, a falta de auxílio.
Em campanha eleitoral no ano passado, o atual gestor Carlos Matos fez um compromisso com os universitários, disse em uma live, que serviu como comício virtual, que assumiria ali um compromisso com os estudantes jacuipenses (veja no vídeo no final da matéria), disse; “que nós vamos disponibilizar gratuitamente o transporte dos universitários, não custará um centavo, não vão ter que pagar motorista, não vão ter que pagar combustível, essa será uma responsabilidade do poder público”, disse na época, quando também afirmou que faria a Casa do Estudante em Salvador, para os jacuipenses que estudam lá mas não tem condições de moradia, compromisso que até agora não foi efetivado.
Fato é que agora com a volta das aulas, quando cobrado pelo serviço de transporte para os estudantes, o gestor e sua equipe administrativa passou a dificultar e exigir certidões e documentos da associação AERJ, com isso alguns estudantes divulgaram esse vídeo do gestor quando ainda era candidato fazendo o compromisso com os mesmos, isso gerou repercussão na cidade, expondo até que universitários pagam entre R$100 e R$140 reais cada um, pelo transporte atualmente.
Cobrado e se sentido acuado o Prefeito Carlos Matos reagiu da pior forma possível, suspendeu completamente toda e qualquer situação relacionada ao transporte dos estudantes, que foram avisados já na hora de irem para suas aulas de ontem, através de um áudio vazado no final da tarde, supostamente da Secretária de Educação do município (veja também no vídeo) dizendo que; “Tem que conversar com Carlinhos de novo, ele tá muito chateado com os últimos acontecimentos, e me autorizou veementemente que suspendesse até que ele sente novamente com vocês entendeu?”.
O áudio repercutiu muito mal entre a população e principalmente entre estudantes universitários que usaram suas redes sociais para expressar indignação e revolta com a atitude do Gestor, muitos perderam atividades e outros tiveram de ir por conta própria para Feira de Santana por exemplo, para não perderem aulas práticas de seus cursos.
O assunto também foi pauta na sessão ordinária desta quinta-feira (21) na Câmara de Vereadores, sendo que os de situação defendem que a associação dos universitários deve ficar em dias com suas documentações para receber os recursos diretamente e gerir os gastos, já os edis de oposição criticaram a atitude do Prefeito e lembraram que em outras gestões, mesmo a associação estando com pendências ou não, os estudantes universitários tiveram alguma ajuda com o transporte.
Falando em Câmara, no ano passado foi votado um projeto de lei que torna associações utilidade pública, tornando-as assim aptas a receber recursos públicos. Com a AERJ não é diferente, o que deixa claro para alguns é a tentativa de dificultar certos benefícios que dependem da prefeitura, não só agora com os universitários mas em outros setores, principalmente na Ação Social, sendo sempre impostas burocracias por vezes desnecessárias para que benefícios cheguem a quem precisa. Até o fechamento desta matéria a gestão ainda não se pronunciou sobre negociar com os estudantes a volta do transporte e tão pouco sobre o áudio vazado que pode ser da Secretária de Educação, nossa redação não teve informações se estudantes foram para suas aulas de hoje e se os mesmos irão tomar alguma medida para que a administração volte atrás na suspensão do transporte escolar.
VEJA O VÍDEO:
Por Alana Rocha - JORNALISTA (DRT5323/BA).
